Vejo na pintura as
cores primas e primárias,
As folhas avermelhadas da árvore
perto,
a telha da casa no fim do caminho.
Caminho esse que parece
curto, mas se vê de longe,
e na realidade não é bem assim.
E a casinha longe, tão solitária...
Mas não me parece estar
abandonada, de tão bem cuidada.
Ao fechar os olhos
sinto o cheiro
da comida que acaba de ser feita.
Ouço os meninos
brincando no quintal, correndo e caindo, sem se preocupar com o machucado.
Como se já soubessem
que a cicatriz de amanhã é a lembrança da alegria de ter vivido um dia.
Abro os olhos e não há
mais crianças, nem feijão no fogo, nem marido voltando pra casa...
Vejo a mesma pintura...
as mesmas cores...
Mas agora com outro
sentido, que eu criei...
E que minha imaginação
sinta por mim.
Hionne Mara
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